A pressão pode torná-lo mais afiado e forte! Essa é a teoria do professor Ian Robertson que lançou um livro sobre diferentes respostas ao estresse (The Stress Test, Prof. Ian Robertson).
O livro traz a história de um professor universitário que ficou refém de fundamentalistas islâmicos em Beirute por quatro anos. O professor decidiu fazer uma guerra de resistência, exercendo o controle que podia da situação. Quando libertado, ele estava fisicamente fraco mas mentalmente mais forte do que se lembrava ter estado.
Em comparação um empresário quase entrou em crise pelo estresse quando se esqueceu de suas falas perante a audiência em uma convenção.
Porquê algumas pessoas são fragmentadas por eventos traumáticos enquanto outras conseguem se inspirar através deles?
Ian Robertson, um neuroscientista e psicólogo irlandês já havia explorado a neuroplasticidade - capacidade do cérebro se adaptar - no livro Mind Sculpture de 1999. Nele o autor explora como o uso constante de partes específicas do cérebro o fazem expandir, assim como o exercício torna os músculos maiores. Aprenda uma nova língua, um instrumento musical, Braile... e seu córtex é estimulado, modificado e cresce. Novas experiências mudam os circuitos cerebrais.
Se a experiência for ruim, o efeito pode ser catastrófico. Um evento como um assalto ou um sequestro relâmpago podem mudar permanentemente a personalidade, deixando a vítima vulnerável, com medo de sair de casa e até com pensamentos suicidas.
A dor e a ansiedade, de acordo com as evidências de Robertson podem melhorar nosso desempenho. Por exemplo, uma boa muleta para aprender é mergulhar a mão em um balde com gelo. O desconforto afia a mente e cria memórias mais acuradas e mais duradouras.
Você sabia, por exemplo, que as estradas mais perigosas do mundo são em linha reta? Sem o estresse os motoristas ficam entediados e saem da pista..
A diferença entre a situação do refém e a do empresário, segundo o autor, é a sensação de controle. Ela é crucial ao lidar com o estresse. O controle ou o desamparo modificam o cérebro. O estresse é inevitável na vida, mas se você consegue extrair alguma lição ou tentar controlá-lo de alguma forma, pode transformá-lo em aliado mental.
Por fim, se você pensa que uma aposentadoria precoce lhe trará paz e sossego mental, é melhor rever seus planos. Na França, onde muitas pessoas aposentam aos 50 e poucos anos, a agilidade mental declina vertiginosamente aos 60 anos. Nos EUA, em contraste, onde as pessoas trabalham por mais uma década, indivíduos de 60 anos tem a mente tão afiada quanto aos 50 anos.
A melhor proteção contra a perda de memória é a boa educação, um cérebro ativo, com experiências novas e desafiadoras e o controle (dentro do possível) do estresse da sua vida.