“Esgotamento
nervoso” é o termo utilizado para o estado em que as coisas chegam ao limite e
você tem dificuldades para ter uma visão positiva da vida. Recentemente o termo
“burnout” tem sido mais utilizado para nomear o esgotamento, mas este último se
refere mais especificamente a colapso nervoso secundário a estresse no
trabalho.
Qualquer
o rótulo utilizado, o sentimento é de exaustão, desesperança e uma sensação de paralisia.
O
estresse crônico que geralmente causa o esgotamento é alto, excitatório e
caracterizado por sentimento de “alerta constante”. Altas demandas de estresse
não causam necessariamente esgotamento ou burnout mas podem “sobrecarregar o
sistema”. Essa demanda não é causada apenas pelo trabalho ou a família, mas
também pelas expectativas sobre nós mesmos e que deveríamos estar fazendo algo
útil nos períodos de descanso. Não entender que precisamos de descanso e
recuperação é um hábito que aos poucos reduz nossa energia e recursos mentais.
Se você reconhece alguma das seguintes frases, é hora de priorizar o descanso:
“Não
consigo mais (lidar com isso)” – para os mineiros, “não dou conta mais”
“Tudo
está intenso demais”
“Só
quero fugir/dormir/me esconder/ficar no quarto”
“Me
sinto no limite”
Os
sinais abaixo são comumente vistos antes de um esgotamento nervoso. Seu
médico pode avaliar a situação e reconhecer outros padrões.
1. Fisiológicos
a.
Dores no corpo e estar sempre
gripado/doente
b.
Problemas digestivos: inchaço, constipação
e diarreia
c.
Desejo por doces e estimulantes
Como se ajudar:
Sente-se para se alimentar e use as
pausas de alimentação como pontuações em um dia agitado.
Ter tempo para focar no alimento (pare
de mexer nesse celular no horário das refeições!) ajuda o corpo e a respiração
a relaxar. Escolha alimentos saudáveis (frutas) para reduzir o desejo por açúcar.
2. Comportamento físico
a.
Postura ruim
b.
Respiração superficial
c.
Reações a sons, luzes e movimentos súbitos
Um de nossos mecanismos de proteção é
nos curvarmos para proteger o abdome. A postura cabisbaixa e encurvada é
constantemente vista no estresse crônico, na depressão e burnout. Outros sintomas
comuns são a sensação de estar constantemente alerta e assustar-se fácil; sinais que há liberação de estratégias de sobrevivência frente a um possível
ataque.
Como se ajudar:
Procure encontrar um pouco de paz e
tranquilidade sempre que precisar, removendo-se de uma situação estressante
para depois retomá-la. Sentar-se adequadamente ajuda a pensar com mais clareza e
melhora a capacidade respiratória, ao alinhar o tórax e o diafragma.
Se sentar na sua estação de trabalho/estudo colabora para sua má postura, faça pausas regulares para andar e esticar-se. Se
você pode andar lá fora, ver o verde é sempre mais relaxante, mesmo que seja apenas um jardim.
3. Aspectos emocionais
a.
Monólogos e diálogos internos acelerados
b.
Reações dominadas pelo medo, sensibilidade
maior à opinião dos outros
c.
Cansaço generalizado, medo de relaxar
O estresse é uma resposta excitatória que
aumenta a energia para a motivação e foco no intuito de realizar/terminar
tarefas. Também é um modo de sobrevivência, promovendo uma visão geral de medo
para garantir a proteção do indivíduo. Ansiedade, desespero e medo do futuro
podem ser os sentimentos dominantes e atrapalhar nossas decisões e ações, nos mantendo em
ciclos viciosos que alimentam o estresse.
Como se ajudar:
Segurança é a palavra chave: procure
refúgios (lugares e situações onde se sinta confortável, calmo e acolhido) para
relaxar a mente e o corpo. Não importa se é tempo com um bom amigo, banhos
demorados, andar no campo ou conversar com seu terapeuta. Esses atos de
gentileza consigo mesmo convencem a mente que você não precisa ficar trancado
no estado de hipervigilância.
Sua mente está tentando te proteger de um
perigo em potencial. Fale com alguém que tenha objetividade na vida para ajuda-lo a ver com mais clareza. Procure cursos de
relaxamento ou meditação para ajudar.
4. Atitude perante a vida
a.
Tarefas rotineiras parecem mais difíceis
b.
Necessidade de se isolar
c.
Sono de má qualidade e não repousante
O
estresse que sobrecarrega emocionalmente causa diferentes sintomas de esgotamento
nervoso/burnout em cada um de nós: ansiedade, palpitações, ataques de pânico,
paranoia... todos são sintomas de hiper-reatividade do sistema nervoso. Isso é
bastante cansativo e nos deixa com pouca energia durante o dia. Hormônios de
estresse aumentados podem interferir com a recuperação do sono profundo e nos
levar a reagir de forma inapropriadamente intensa a pequenos estresses.
Como se ajudar:
Nós
nos acostumamos a uma vida hiperestimulada e estar em paz e quietos parece
estranho e assustador. Entenda: nosso cérebro não foi desenhado para
receber a quantidade de informação com que o bombardeamos dia a dia: redes
sociais e noticiários (desastres e violência), por exemplo, não nos ajudam a
pensar que o mundo é um local onde podemos estar seguros. Ver telas (tablets, computador,
celular) à note interfere com a produção de melatonina, o hormônio do sono, e
provoca movimentos oculares que nos mantém alerta.
Tire
uma folga da tecnologia sempre que possível e procure atividades que reduzem os
hormônios de estresse: música, jogos (não eletrônicos!), hobbies e ioga. Faça
caminhadas e pausas regulares. Deixe outras pessoas te ajudar e aprenda a pedir
ajuda.