Todos sentimos medo, preocupações e estresse na vida. Às
vezes esses sentimentos podem nos sobrecarregar. Se a ansiedade é uma
experiência humana, como saber se ela é “normal” ou se você tem um transtorno
de ansiedade?
O Dr. Renato R Silva, psiquiatra na Placitude, explica que
tudo depende da frequência e intensidade de sua ansiedade.
Diferença de ansiedade e preocupação
A maioria das pessoas sente medo ou até mesmo um pânico
breve quando confrontada com uma ameaça: quando alguém te corta de uma vez no
trânsito ou quando seu filho pequeno some de sua vista em uma loja, por
exemplo. Nessas situações você pode observar uma resposta física, como coração
disparado, suor súbito e um nó no estômago.
A ansiedade é semelhante, mas vem de
uma ameaça percebida ao invés de imediata, diz o Dr. Renato. Os sintomas de
ansiedade variam de pessoa a pessoa e de acordo com a causa do estresse.
O Dr. Renato explica transtornos
de ansiedade comuns, com sintomas variados, incluindo:
- Transtorno de pânico: você pode sentir medo extremo ou ataques de pânico. Você pode apresentar palpitações no coração, taquicardia, falta de ar ou sensação de sufocamento.
- Fobias: sua ansiedade faz um pico quando você encontra certas situações como espaços fechados, situações sociais ou sai de casa. Você pode sentir náuseas, sudorese ou tremores.
- Transtorno obsessivo compulsivo: você tem medos, de germes, por exemplo, que fazem com que você tenha que fazer rituais compulsivamente, como lavar as mãos frequentemente.
- Transtorno de estresse pós traumático: um evento traumático desencadeia esse tipo de ansiedade. Você pode sentir ataques de pânico ou sintomas mais gerais como alterações do sono, tensão muscular e preocupações constantes.
- Transtorno de ansiedade generalizada: a característica deste transtorno é ansiedade constante que perdura e não é causada por experiências específicas. Você pode sentir os sintomas acima a qualquer momento. O Dr. Renato diz que é como “estar o tempo todo ligado, mas não de forma positiva”.
Quando você deve procurar seu médico?
Existem alguns fatores
que diferenciam a ansiedade típica de condições mais sérias para as quais você
deve procurar tratamento, segundo o Dr. Renato. Esses fatores incluem:
- 1. Intensidade – a sua ansiedade causa desconforto significativo ou os sintomas são intoleráveis?
- 2. Duração – os sintomas persistem mais do que a experiência que induziu a ansiedade? Por exemplo, você está estressado por uma prova e o estresse aparece dias antes e perdura por dias seguintes?
- 3. Interferência – a ansiedade reduz sua habilidade de funcionar, atrapalhando seu trabalho ou outras atividades?
- 4. Gatilhos – Você tem gatilhos que o incapacitam? Você tem tantos gatilhos que tem que parar de fazer atividades como sair de casa ou dirigir?
- 5. Afeta sua vida como um todo – considere como a ansiedade atinge as áreas de sua vida como trabalho e relacionamentos. Como seria sua vida sem a ansiedade? Seria significativamente diferente?
“Você tem que
considerar o quanto afeta suas áreas de funcionamento”, diz o Dr. Renato. “Você
pode evitar alguns gatilhos: se tem medo de animais grandes, não vá ao
zoológico. Mas, se você tem medo de pessoas, isso se torna um problema maior”.
Como funciona o tratamento?
Se você decidir
procurar tratamento, comece pelo seu clinico geral. Segundo o Dr. Renato, a maioria
dos médicos consegue ter uma boa ideia de quão severa é sua ansiedade. Eles
podem recomendar terapia, medicamentos ou os dois.
Dois tipos de
medicamentos podem ajuda no controle dos sintomas:
Uso diário – você toma
medicamentos regularmente para diminuir a ansiedade
Se necessário
– você toma o medicamento quando tem uma crise.
Seu médico
pode encaminhá-lo para um psiquiatra que ajudará no manejo da medicação e do
quadro.
A psicologia
ajuda a aprender como controlar a ansiedade. Existem várias linhas de
psicoterapia que podem te ajudar, entre elas a terapia cognitivo
comportamental. A combinação de medicamentos e psicoterapia é a forma mais
eficaz no tratamento dos transtornos de ansiedade.
“Se sua
ansiedade tem um efeito negativo na sua vida, converse com seu médico sobre
suas necessidades específicas. Reconhecimento e manejo são importantes”, diz o
Dr. Renato.
Dr. Renato R Silva, psiquiatra, mestrando em psiquiatria pela USP Ribeirão Preto e faz parte da equipe Placitude.
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